Alfarrábio, 2020























fotografias de @Hugo Rodrigues Cunha
exposição na Biblioteca Camões, Lisboa

alfarrábio
[manifesto em papel]

Al-Farabi, Alfarábi ou Farabi antropónimo de um filósofo muçulmano turco/persa que viveu entre os séculos IX e X, na Idade de Ouro Islâmica. Estudou em Bagdade e Harã, viveu na Síria, no Egipto e na corte do soberano fundador do Emirado de Alepo.
Al-Farabi inaugurou a grande linha de filósofos muçulmanos da Idade Média. Interessou-se por química, ciências naturais, física, ética, ciências políticas, economia, música e filosofia da religião. Foi marcado por Platão e Aristóteles, e considerava que as doutrinas dos dois mestres da Antiguidade se complementavam. Al-Farabi formulou a distinção entre a existência e a essência e retomou a teoria aristotélica sobre a eternidade do mundo.
A palavra portuguesa alfarrábio é uma simples alteração do seu nome. A definição deste conceito remete para dois sentidos principais: 
I. Livro antigo e geralmente de grandes dimensões, calhamaço
II. Livro de pouco valor ou utilidade.
São estes os enunciados subliminares deste projecto expositivo. 
Um lugar. Uma biblioteca, casa do saber e de livros. Tesouros que encerram o peso da memória. Adornos sem utilidade, num mundo higienizado pelo digital imatérico. 

Um bairro. Semelhante a tantos outros pelo mundo fora, habitado por passageiros e desabitado por quem dele fez o que já foi. Um bairro a esquecer a história dos seus alfarrabistas.

Um suporte. 

E o desenho como depósito. Memórias e tempos diferentes cruzam a mesma matéria, desafiam novos olhares, fazem do leitor um espectador. Forma versus fundo, matéria líquida sobre suporte sólido. Sobreposição de camadas numa arqueologia inversa – presente no passado.

Consultar o CATÁLOGO 
(folha de sala, ficha técnica e preçário)